terça-feira, setembro 06, 2005

Sobre o Tempo

E é mesmo assim?
Acordei com essa louca vontade de não ter mais certeza. Estou até me lembrando de Clarice Lispector.
Mas tudo bem... Estou cansada. Cansada de arder os olhos. Cansada de sentir os olhos pesados, de sentir um pesar de ombros...
"Mas seus ombros suportam o mundo?"
Não hoje...
Não nesse instante.
Estou prestes a entender.. estou quase chegando a maior dúvida esclarecedora da certeza mais verdadeira que se poderia obter depois de empreendida a jornada da alma.
Minha alma? Há nela um buraco.. do qual não posso AINDA precisar a dimensão. Mas sei que há.
Percebo que não há em mim nenhum instante em que não me remeto à pensar sobre o tempo.
Imperará sobre mim a lei do anacronismo.. do atemporal.
Direi não às horas...
Aos minutos
Aos segundos
Ao breve.. ao lampejo..ao acaso..ao eterno
Soterrarei o instante.
Subverterei os presságios.. e as certezas.
fidelidade agora só aos desejos.

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