sexta-feira, setembro 29, 2006

Homenagem a um amigo distante


Em que lugar poderia estar você agora, minha amiga distante...?
Respeito sua vontade, mas não nego sentir saudades e um querer romper dessa barreira do proibido...
Mas como já lhe disse outrora, será sempre quando você achar que deve...

Não suma tanto
Apareça, diga-me como está...
Deixa eu te contar como estou... tornei-me dependente disso...

Obrigada, sempre!!!!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Só eu sei...


"Como um livro quando faltam páginas
Some do epílogo a explicação
No altar vazio, em silêncio, arde no suspiro dessa canção
Eu fecho os vidros pelo fim da tarde
E o sol sumindo deixa a escuridão
Que cai tingindo em sangue a minha carne
Um tiro no coração
Despedaçou
No asfalto um acro-íris dos seus lábios sem cor
E os que restou, um armário sem vestidos,
Um vaso sem flor
Mas vou deixar a minha porta aberta
Fechar os olhos para me lembrar
De quando você entrou aqui, falou que o amor
Só pode ir, porque pode ficar, pode ficar
O mar tranquilo agora se eleva
E os utensílios ficam sem função
Num lugar querido agora escuto as trevas
O motivo dessa canção
Só eu sei, eu sei, eu sei
O sal em dunas que acumulam lágrimas
Por vale inunda a imensidão
Está fugindo a minha estrela Dalva
No céu só escuridão
Você me deixou
Eu vi você sair sem dizer pra onde foi
E o que restou
Vai ficar comigo e a saudade depois"
Nando Reis

segunda-feira, setembro 25, 2006


"Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar
Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever a tua boca em mim..."





Primavera - Botticelli
"O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou"

"O que você está fazendo?

Milhões de vasos sem nenhuma flor

O que você está fazendo?

Um relicário imenso deste amor

***

Porque está amanhecendo?

Peço o contrario, ver o sol se por

Porque está amanhecendo?

Se não vou beijar seus lábios quando você se for"

...




Julia
Half of what I say is meaningless
But I say it just to reach you Julia
Julia, ocean child, calls me
So I sing a song of love, Julia
Seashell eyes, windy smile, calls me
So I sing a song of love, Julia
Her hair of floating sky is shimmering, glimmering
In the sun
Julia, Julia, morning moon, touch me
So I sing a song of love, Julia
When I cannot sing my heart
I can only speak my mind, Julia
Sleeping sand, silent cloud, touch me
So I sing a song of love, Julia
Calls me
So I sing a song of love for Julia, Julia, Julia

Tudo de três dias




Meus fragmentos voaram ao longe, ao intocável, ao íntimo...
Se mostraram e eu não os vi.

Chaqualharam-me... em vão...
A transformação continua, não a vejo, não a sinto... mas a entendo...

O indizível foi dito, baixinho, por pouco não o ouço...
A fagulha da luz, que estava ofuscado, encontrou uma brecha e projetou-se dali para fora...
Radiando espasmos e desventuras, temperanças e dores...

São muitas... várias... quase que centenas de formas de se ser no mundo...
Algumas nunca as conhecerei...
Queria falar de tudo em 4 linhas...

São medos, imposições, frustações e sonhos, quantos sonhos...
Há uma corda, tênue... e eu, em cima, equilibrando-me... seguindo...
Quase não olho para trás, quase.

Uma criança assume seu destino que não se realizará..
Porque?
Lamentavelmente, a covardia...
Mas ela poderia ser muito feliz.. se eu assim não fosse, tão egoísta...

Drummond disse sobre as 7 faces...
"Talvez a tarde fosse azul
Não houvesse tantos desejos"
Quantas faces eu teria?
Qual a cor das minhas tardes?
Desejos...
Achei por bem reprimi-los
Pois junto aos desejos vicejam dores... infundáveis, se não por um ato de reflexão...

Amanhã acordarei mais feliz
Hoje é um deitico, disse-me minha mãe, certa vez...
Ah o Eu também o é.
Tudo, compreendi, impossível falar do tudo de hoje que vigora no meu Eu.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Setembro




Então, veio setembro.
Veio a chuva...



Espero, agora, pela primavera.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Mãos Dadas




Dá-me a Tua Mão
Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.


Clarice Lispector