Sabe, eu já não me reconheço mais. E não estou sendo exagerada. É assim, simplismente assim, isso de não se reconhecer. Dizem que nos reconhecemos através dos outros. Mas, por onde andam os outros? Descobri-me só nesse último mês. Os problemas diários afastam uns dos outros. Não é? Você pode me dizer? Comigo é ao contrário. Quero tanto compartilhar meus problemas, mas esses, os outros, já têm problemas demais para ouvir e entender os meus. Mas eu tenho problema demais para ficar com eles só para mim. E não estou me esquivando de saber dos porblemas alheios, eu só queria que compartilhássemos, todos nós, como já foi um dia. Sinto saudades.
Saudades do amigo louco desconstrutivista e da amiga que parecia sempre tão serena, de boa família e bom namorado, boa feição, mas que carregava em si a infitude existecial. E tinha também aquela cuja a vida não facilitara a existência, mas que o ardor era pequeno demais diantes às responsabilidades, e nem assim, deixava de conservar aquele olhar estrelar e um sorriso terno. Como não dizer do menino recolhido em seus poemas e em suas mulheres, cantando a amizade e ensinando a simplicidade tal qual lhe havia ensinado Vinícius de Moraes. Há ainda o de alegria contagiante e expansividade comedida, não ocultando em seu humor o lirismo de viver uma vida pautada em trabalho e digna de um grande sonhador. E tinha aquela menina pueril que se transformava a cada estação, e que se apaixonava também a cada estação.
E havia o tempo. Havia um lugar. Um mesmo desejo. Uniram-se como que literáriamente. E separaram-se como que humanamente.
2 comentários:
eu gostei.
gostei.
gostei.
tá aprovada!
=]
poxa!
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