quarta-feira, agosto 30, 2006

Agosto

Já, por algum tempo, eu tenho reforçada a minha idéia de como o mês de agosto é pesado e intensamente marcado por tristezas.
Não falo isso infundadamente, e muito menos, baseando-me somente no ano de 2006. Prefiro esquecer 2005.
Agosto, as plantas estão secas, o verde deixa de existir, sendo substituído por um marrom opaco. Não há flores, não há folhas nas árvores, há apenas as folhas secas sob o chão.
Claro, não posso negar a beleza que há nisso. Porque existe. No entanto, uma beleza que nos leva a balbuciar dor, nostalgia e tristeza.
Nesse instante uma frágil chuva cai. Sinto um suave cheiro de terra molhada, a renovação.
Amanhã é o último dia de agosto. Nada melhor que iniciá-lo com uma fina chuva.
Que ela nos traga um renascer, um novo brilho e uma nova visão.
Estou invadida por sentimentos duais... em outros termos, antitéticos...
Não tenho mais medos, e volto a ter desejos... e saudades!!!!!!!!
Consigo imaginar-me de volta àquele mundo. Interesso-me por ele novamente, mesmo sabendo que em mim houveram modificações, e que não posso mais ser dele uma mísera espectadora.
Aquele olhar de busca interpretativa encontra-se agora absorto, contudo não mais passível de imunidade. Não há mais maneria de me incobertar por fantasias. Eu vivi por algum tempo nesse mundo. Fui parte dele. Perdi-me em sua excentricidade. E agora saio, obviamente, não como entrei, mas intensa e extensamente modificada.
Há realidades que deveriam para sempre permanecer no mundo das idéias. O platonismo gera expectativas que nunca se comprazem.
O destino pode esmagar ao homem?
Momento: Chuva - Placebo; Black-eyed - Mudança

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