sábado, outubro 08, 2005

When I was a little girl....

Que dia mais comum!!!
O comum me entedia... Somente hoje fui capaz de negar dois convites. Sem nenhuma razão cabível. Um show, uma reunião entre amigos nada fez com que me animasse.
Preferi permanecer imersa no usual. Mas em instantes sei que inrromperá em mim uma ânsia incontrolável do desconforto. Já percebi que o tédio acomoda. Odeio esse comodismo banal e corriqueiro.
Estou com um forte desejo de estar sozinha em um local pequeno, talvez dentro de dois quadrados conexos. Pode estar escuro também. Não tenho medo do escuro. Mas tenho pavor do silêncio. Por isso imploro que haja música.
As paredes do local serão um imenso quadro-negro. Ao meu dispor terei giz branco. Escreverei quando estiver a fim e sobre o que desejar. Mas estará escuro. Ainda bem. Atormentaria-me observar meus escritos.
Minha tortura: A cada 1 minuto sobre o local incidirá uma luz, mas não será branca... a luz será de uma cor qualquer. De minuto a minuto meus devaneios serão iluminados por uma cor específica. Saberei da minha dor, do meu amor, do meu desprezo, enfim... do meu peso.
E quando o silêncio se fizer presente saberei dos meus dias de glória, tão raros como os segundos do fim.
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Mas um poema da Hilda Hilst
Na moldura, no esquadro


Inalteráveis
Passado e sentimento.

Dos dois contemplo
Rigor e fixidez.
Passado e sentimento
Me contemplam

Arduidade nas caras
Rigor no teorema

Tento apagar
Atos, postura. Revivem.
Irremovíveis, vítreos.

Incorporam-se para sempre
À eternidade de meu espírito
.

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