quarta-feira, dezembro 27, 2006
Carta à Hilda - Caio Fernando Abreu
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Ir-se
domingo, dezembro 24, 2006
Pálpebras de Neblina - Caio Fernando Abreu
Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar. Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos Cânticos: "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram/ que era sofrer ?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia Tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto de alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi. Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja. E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo. Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos. Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo? Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "porquê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?
sábado, dezembro 23, 2006
Sem Ana, Blues - Caio Fernando de Abreu
Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.
quarta-feira, novembro 15, 2006
A paixão segundo GH - Clarice Lispector
Título: A Paixão Segundo G.h.
Autor: Lispector, Clarice
Editora: Rocco
Sinopse:
Thiago Maia
"Perder-se é um achar-se perigoso". (PSGH, p. 102)
No romance "A Paixão Segundo G. H.", de Clarice Lispector, presentifica-se uma jornada de autoconhecimento. Com o dito paradoxal "Perder-se é um achar perigoso", a personagem evidencia isso ao leitor, a mão que a sustenta. Quando G. H. sai do seu mundo (a organização que ela dava aos fatos da vida) e entra no mundo (o caos informe, o desconhecido), ela perde a falsa identidade que mantinha para os outros, a personalidade reificada, para enfim construir uma nova identidade mais autêntica, na qual ela entra em contato com os seus demônios interiores, desafia as normas sociais de bom comportamento e sente-se livre, absolutamente livre.
A descoberta-se de si tem paralelo com a descoberta do mundo, por isso a inscrição no Oráculo de Delfos: "Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo". Dentro do seu casco, dentro do seu universo familiar, G. H. se mantinha dentro dos limites de uma vida artificial, sem o contato íntimo com o seu "Eu profundo". Porém ao descobrir o quarto da empregada, que tinha uma organização diferente do resto da casa e gravuras estranhas na parede, G. H. inicia-se na descoberta do seu "Eu Profundo"a partir da sua relação com o Outro. Inicialmente ela rejeita a presença desse Outro, sente raiva da sua ex-empregada, mas quando descobre e amassa uma barata que estava no seu quarto, ela se sente como se estivesse penetrando numa "verdade oculta e infame". A partir dessa experiência, G. H. tem uma epifania, uma revelação despertada pelo reconhecimento da presença repentina do seu Ser em-si.
A viscosidade da barata, a sua ancestralidade, o seu caráter imundo e abjeto suscita um desejo de ir além, de penetrar no ser da barata, de descobrir a verdade da barata, que talvez fosse a verdade de si mesmo e do mundo. A personagem repensa toda a sua vida, o modo pelo qual se apresentou ao mundo, repensa o próprio Mundo e a existência. A angústia existencial perpassa todo o livro, e tal como em Sarte, há em Clarice Lispector uma afirmação da liberdade humana em meio ao absurdo da existência. Ao comer a barata G. H. afirma plenamente sua liberdade perante as normas sociais interiorizadas (o Super Ego) e perante ao Nada. Benedito Nunes já afirmava que o "desenvolvimento de certos temas importantes da ficção de Clarice Lispector insere-se no contexto da filosofia da existência, (..) partem da mesma intuição kierkegaardiana do caráter pré-reflexivo, individual e dramático da existência humana, tratando de problemas como a angústia, o nada, o fracasso, a linguagem, a comunicação das consciências".
sábado, novembro 11, 2006
PARA UMA MENINA COMO UMA FLOR
PARA UMA MENINA COMO UMA FLOR
Porque você é uma menina como uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque vocêé a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobre tudo porque você é uma menina com uma flor.
Barata
Depois de conhecer Clarice há quem consiga viver sem ela?
Não, não eu.
CLarice é arrebatadora, é um desenfreio, uma exposição do intocável...
Ela te revela, te suga, te agonia, te conforta...
Minha barata é o medo da solidão... não somente a solidão amorosa... a solidão em toda a sua ambivalência... eis também o porque o meu medo do silêncio e o porque de falar tanto...
Preciso provar do branco da barata...
Preciso...
Imputar-me-ei à solidão...
Não há como a solidão com tanto apoio...
não há...
Mas ela é possível... mas há saídas... preciso não ter saídas...
Essa é a nova luta...
sábado, outubro 28, 2006
Perto do coração selvagem - Clarice Lispector
terça-feira, outubro 24, 2006
Versos Íntimos
Vês ! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera !
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera
Toma um fósforo.
Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro
A mão que afaga é a mesma que apedreja
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga
Escarra nessa boca que te beija
Augusto dos Anjos(1884-1914)
segunda-feira, outubro 23, 2006
Mulheres Privadas
Ontem, fui ao Teatro com mais dois amigos, Sávio e Vinícius. Não pude ficar até o fim da peça, mas creio que perdi uns 15 minutos somente do espetáculo. A peça é hilária, e trata-se do universo lésbico.
Havia alguns momentos em que o humor era, de certa maneira, pedante e forçoso... no entanto, em outros momentos era extremamente interessante. Valeu muito a pena.
quarta-feira, outubro 11, 2006
Casamento
domingo, outubro 08, 2006
Pescaria
Lendo "Perto do Coração Selvagem" de Clarice Lispector, lembrei-me de minha infância, de quando, todos os finais de semana, eu tinha que ir para casa de meu pai.
sábado, outubro 07, 2006
Lavoura Arcaica
Raduan Nassar
ISBN: 8571640335
Editora: CIA DAS LETRAS
Número de páginas: 204
Encadernação: Brochura
Edição: 1989
Sinopse:
Sem ordem cronológica, André faz uma jornada sensível à sua infância, que contrapõe os carinhos maternos e os ensinamentos do pai. Este valoriza acima de tudo o tempo, a paciência, a família e a terra. Mas André não aceita esses valores. Ele tem pressa, quer ser o profeta de sua própria história e viver com intensidade incompatível com a lentidão do crescimento das plantas. Nesse trajeto, a paixão incestuosa por sua irmã Ana, e sua rejeição, exercem papel fundamental na decisão de fugir da casa da família. A mãe desesperada manda o primogênito Pedro buscá-lo para tentar reconstruir a paz familiar. Trazido de volta para a fazenda, André é recebido por seu pai em uma longa conversa e uma festa que, ao invés de resolverem o conflito, evidenciam a distância intransponível entre as gerações. Por essa razão, a história é muitas vezes descrita como uma versão invertida da parábola do filho pródigo.
Um dos livros mais belos que já li, envolvente pelo lirismo e pela maneira poética como as palavras são usadas.
domingo, outubro 01, 2006
Sentido
sexta-feira, setembro 29, 2006
Homenagem a um amigo distante
Em que lugar poderia estar você agora, minha amiga distante...?
Respeito sua vontade, mas não nego sentir saudades e um querer romper dessa barreira do proibido...
Mas como já lhe disse outrora, será sempre quando você achar que deve...
Não suma tanto
Apareça, diga-me como está...
Deixa eu te contar como estou... tornei-me dependente disso...
Obrigada, sempre!!!!
quarta-feira, setembro 27, 2006
Só eu sei...
segunda-feira, setembro 25, 2006
"O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor
***
Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for"
...
Tudo de três dias
Meus fragmentos voaram ao longe, ao intocável, ao íntimo...
Se mostraram e eu não os vi.
Chaqualharam-me... em vão...
A transformação continua, não a vejo, não a sinto... mas a entendo...
O indizível foi dito, baixinho, por pouco não o ouço...
A fagulha da luz, que estava ofuscado, encontrou uma brecha e projetou-se dali para fora...
Radiando espasmos e desventuras, temperanças e dores...
São muitas... várias... quase que centenas de formas de se ser no mundo...
Algumas nunca as conhecerei...
Queria falar de tudo em 4 linhas...
São medos, imposições, frustações e sonhos, quantos sonhos...
Há uma corda, tênue... e eu, em cima, equilibrando-me... seguindo...
Quase não olho para trás, quase.
Uma criança assume seu destino que não se realizará..
Porque?
Lamentavelmente, a covardia...
Mas ela poderia ser muito feliz.. se eu assim não fosse, tão egoísta...
Drummond disse sobre as 7 faces...
"Talvez a tarde fosse azul
Não houvesse tantos desejos"
Quantas faces eu teria?
Qual a cor das minhas tardes?
Desejos...
Achei por bem reprimi-los
Pois junto aos desejos vicejam dores... infundáveis, se não por um ato de reflexão...
Amanhã acordarei mais feliz
Hoje é um deitico, disse-me minha mãe, certa vez...
Ah o Eu também o é.
Tudo, compreendi, impossível falar do tudo de hoje que vigora no meu Eu.
segunda-feira, setembro 04, 2006
sexta-feira, setembro 01, 2006
Mãos Dadas
Clarice Lispector
quarta-feira, agosto 30, 2006
Agosto
sábado, agosto 05, 2006
Que passe!!!!!
A banalidade amorosa virou moda. Não se respeita, não se cultiva, não se empenha. Amor por si só não é sufuciente.
As pessoas reclamam de todas essas coisas já petrificadas de tanto que já foram ditas, mas ao invés de buscarem empreender um caminho contrário, não, elas continuam naquela mesma rota dominadas por um sentimento de incredualidade e de comodidade. Ninguém procura ser diferente, mas sim ser igual.
Alguns tentam... mas se frustram...
E deveríamos nos mudar porque nos frustramos?
Penso que não. Sou uma das raras excessões....
Outros se justificam na canalhisse, como se aquilo lhes fosse intrínseco à sua personalidade. Não me convencem. Ninguém nasce canalha.
Por enquanto estou cansada. Cansada de tentar...
Mas ainda não desisti...
terça-feira, agosto 01, 2006
Diferente
Acredito que o que mais torna doloroso é sentir que as pessoas gostavam de mim, e que, por algum motivo particular, de alguma maneira, eu farei falta a elas.
Normalmente, quando se sai de um emprego é porque se está descontente com ele, não foi esse o meu caso. Saí por motivos que ainda nem sei se darão certo. Poderei me arrepender, mas espero imensamente que não.
Agora, como manter contato com as pessoas, é algo que já por vivência pude aprender que dura por muito pouco tempo.
Há alguns dias atrás reencontrei uma grande amiga, uma pessoa de muito estima. Nunca imaginei que a distância nos tornaria tão estranhas uma para a outra. Alguém com quem já compartilhei muito de mim e agora mal sabe por onde ando.
Dizem que uma verdadeira amizade, passa o tempo que passar, não se perde, e quando há um reencontro será como se não houvesse havido o distanciamento. Tenho minhas dúvidas.
A cada dia tenho percebido que as pessoas mudam e que nem sempre há um equilíbrio entre essas mudanças. E que nem sempre as mudanças ocorridas permitirão a compatibilidade entre os indivíduos.
Às vezes é preciso desacelerar um pouco e sacrificar certos pazeres para não deixar que pessoas caiam no esquecimento ou as amizades na banalidade.
Como diria Drummond "Chegou o tempo que a vida é uma ordem, a vida apenas, sem mistificação"
Na verdade, é chegado o tempo de inverter essa máxima drummondiana. É preciso viver, não por viver, mas sim usufruir dos instantes, dos detalhes, das pessoas, das imagens, ao máximo que se for possível, sem lógica, sem regras e sem ordem.
quinta-feira, junho 29, 2006
Alguém igual não há de ter
vão terminar no altar
Eu só queria me casar
com alguém igual a você
E alguém igual não há de ter
então quero mudar de lugar
eu quero estar no lugar
da sala pra te receber
na cor do esmalte
só para as unhas pintar
quando é que você vai sacar
que o vão que fazem suas mãos
é só porque você não está comigo?
só é possível te amar..."
No Recreio - Nando Reis
segunda-feira, junho 26, 2006
LUA ADVERSA
LUA ADVERSA
Cecília Meireles
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
sábado, junho 24, 2006
De mim.
Mas sou.
Odeio o trepidar dos ônibus, que quando reverberam faz com que meus mamilos trepidem também. Irritavelmente.
Sou monogâmica e só consigo dormir quando vejo que ao lado da minha cama há um copo com água e quando tenho as mãos e os cotovelos consideravelmente hidratados.
Odeio dias cinzentos porque eles insistem em acontecer quando há algo ruim também acontecendo.
Gosto de acordar e lembrar do meus sonhos e fico extremamente nervosa quando não os lembro.
Amo inglês, mas tenho mais facilidade para falar francês.
Vou comprar um videokê e me isolar do mundo.
Descobri há 3 dias que o egoímos é a forma de existir comum a todos os seres humanos, sem exceção. Isso me causa dor. Sou um ser humano.
Nietzsche sempre tem razão.
Apaixono-me pelos personagens principais da maioria dos livros que leio.
Sou sentimental ao extremo.
Queria acordar um dia e descobrir que o mundo foi feito para românticos como eu.
Gosto do diferente, mas no fim sempre descubro que o diferente é igual a um outro diferente em algum outro lugar. Não acredito mais nas diferenças.
Não acredito mais em um monte de coisas.
Qause morri esses dias atrás, mas isso não me fez rever minhas atitudes e nem querer amar mais as pessoas ou dar mais valor a vida. Sou insensível também.
Será que sou humana?
"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
(Clarice Lispector)
quinta-feira, junho 22, 2006
domingo, maio 28, 2006
domingo, abril 16, 2006
Foi assim
Zuleima Sá
Foi assim...
que nesta madrugada.
te possuí por inteira.
Foi assim
que saboreei teu gosto.
e toquei tuas entranhas.
Foi assim
que te vi em êxtase.
Foi por esses teus caminhos
que mãos e boca navegaram
Foi assim
que teu perfume me embriagou,
que teus gemidos me enlouqueceram.
Foi assim,
que na audácia das minhas mãos,
no despudor da minha boca senti...
a loucura do teu prazer.
E, foi então...
que de teu corpo fiz garupa
de teus braços rédeas
e voei...
oh! céus...
na loucura do meu prazer.
site: um outro olhar
domingo, março 26, 2006
Feteg - Festival de Teatro de Goiás
17h - Pluft o Fantasminha
19h - Romeu e Julieta
20h - A Clara do Ovo
Dia 27
21h - O Auto do Mistério da Conveniência
Dia 28
21h - Laurita
Dia 29
21h – Rua da Alegria
Dia 30
21h – Senhora Liberdade
Dia 31
9h - O Elogio da Traição
9h – A Turminha do Papai do Céu
19h - Causos em Cantos
21h - O Elogio da Traição
Dia 1º de abril
15 - O Rato que Diverte a Rainha
19h - Hamlet
21h - Sentimentos do Mundo
22h - A História Terrível e Inacabada de um anoite etérea sem memória ou...
Dia 2
15h - Histórias de um abrigo - O palhaço bilú
17h - O Corcunda de Notre Dame
19h - O Inspetor Geral
20h30 - Escola de Mulheres
21h30 - Cenas Curtas e solenidade de anúncio e premiação dos vencedores do FestivalPreço do
ingresso: R$ 5, por espetáculo
domingo, março 19, 2006
Poema
Os olhos doem
A vida dói.
A mente desmente aquilo que se sente.
Mais uma vez as horas passaram,
E senti o avesso, do tempo
A surrar-me pelas costas
A lembrar-me da infinitude da dor.
Incomodei-me de novo,
Com as minhas vertiginosas peculiaridades
Sobressaltadas à minha inquietude
Irritantemente deflagradas
Na minha banalidade
"Meus nervos descansaram".
sábado, março 04, 2006
Dadaísmo - Parte I
O post de hoje é uma breve introdução ao movimento dadaísta. Uma das vanguardas do modernismo.
Não darei detalhes sobre o movimento, apenas adiantarei deixando que o que aqui publicado se revele por si.
O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915, em plena 1ª Guerra Mundial, em Zurique (cidade que conservou-se neutra com relação à guerra).
O movimento, que negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruição também é criação".
A descrença nas possibilidades de comunicação da literatura leva Tzara a dar sua receita poética:
Pegue um jornal
Pegue uma tesoura
Escolha um artigo do jornal na dimensão que você quer dar ao seu poema
Recorte o artigo
Depois recorte alguns palavras do artigo e as ponha numa pequena bolsa
Sacuda-a suavemente
Tire em seguida cada palavra uma após outra
Copie honestamente na ordem em que saíram da bolsa
E o poema estará pronto e parecido com você
E você será um poeta de original, fascinante sensibilidade, ainda que a plebe não o compreenda.
Canção Dadá do próprio Tristan Tzara:
a canção de um dadaísta
que tinha dadá no coração
cansava demasiado seu motor
que tinha dadá no coração
o ascensor levava um rei
pesado frágil e autônomo
cortou seu grande braço direito
o enviou ao papa em roma
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
domingo, fevereiro 19, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
A chegada
A chegada
Silente aproxima
Como quem se cedesse sempre aos caprichos alheios.
Avisto-te a aproximar.
Passos sôfregos.
Um olhar insaciável e gestos contraditórios.
Um olhar remoto, taciturno.
Embriaga-se das minhas cuspidas palavras
Agarra-se a elas
Evitando ser arrancada de súbito de sua comodidade
Com a qual já se habituara.
Fala pouco, fala baixo.
O necessário para permitir que flua o instante.
Sua sombra, sua soberba companhia.
Intrinsecamente tudo remete ao abismo do seu toque.
Brando, porém certo.
Esvazia-se do incômodo dos primeiros instantes.
E de sentinela, acolhe-me.
Desfaço-me em seus braços.
Alheia aos limites, subjuga o desconforto.
Degusta, por fim, do terno sentimento que nos envolve.
Imagem: www.explodingdog.com
sábado, fevereiro 11, 2006
Modernismo
O termo Modernismo – e tudo aquilo que ele significa – não pode ser abordado numa perspectiva exclusivamente nacional. Devemos então considerá-lo sob dois ângulos:
1) É um grande movimento internacional, a exemplo do Renascimento, que surge mais ou menos simultaneamente, em vários países europeus, traduzindo de maneira rica, complexa e contraditória os efeitos da modernização sobre a vida sócio-cultural, sobre o comportamento e sobre a psicologia individual. (Entende-se por modernização o processo deflagrado sobremodo a partir da II Revolução Industrial e que gerou fenômenos de urbanização, industrialização crescente, ampliação de serviços, escolarização, valorização do ócio e do lazer e notáveis mudanças nas esferas científicas, tecnológicas e ideológicas. )O Modernismo apresenta múltiplos aspectos temáticos, revoluções formais de toda a ordem e visões de mundo renovadoras. Na verdade, mais do que uma profunda revolução artística, ele expressa uma nova forma do homem ocidental ver, sentir e interpretar a existência.Portanto, o espírito moderno é o produto das novas e ambíguas experiências que o ser humano passa a vivenciar na cidade. Por um lado, estas metrópoles oferecem ao indivíduo infinitas possibilidades de realização pessoal, educacional, amorosa, econômica, etc. Por outro lado, desencadeiam sensações de desconforto, de mal-estar, de solidão e de desespero existencial. Os referidos paradoxos constituem a noção básica da modernidade.O processo histórico que gerou o Modernismo teve uma duração de cerca de cinqüenta anos*, começando ainda no século XIX. Contudo, a efetiva manifestação de novas concepções de vida e de arte deu-se nas três primeiras décadas do século XX, quando se verificou um impressionante confronto entre o novo e tudo aquilo que representava a tradição, isto é, as formas culturais e ideológicas do passado. Esta revolução, comandada por artistas, alcançou todos os setores criativos, recebendo o nome global de Arte Moderna. Sua expansão foi imediata atingindo um incontável número de países extra-europeus, entre os quais o Brasil.
2) É a designação de um movimento específico feito por jovens paulistas, especialmente entre os anos de 1922 a 1930. O termo “modernismo” – auto-aplicado pelos integrantes do grupo – indica tanto a adoção de inovações estéticas, originadas no contexto europeu**, quanto o combate ao passado artístico (e mental) do país. Como todo o movimento vanguardista, o Modernismo paulista revoluciona as estruturas tradicionais da arte brasileira, mas se esgota rapidamente. Ou seja, tem muita importância e curta duração Em 1930 o seu radicalismo formal já havia sido – em maior ou menor escala – assimilado ou até negado pelos novos autores que então surgiam.
Sob este ângulo não se justificam classificações como a de “Segunda Fase Modernista” para abranger autores tão diversificados como Graciliano Ramos, Jorge Amado ou Vinícus de Moraes, que nada ou quase nada tem a ver com os princípios de 1922, apenas para citar alguns exemplos.
Os professores, especialmente devem evitar neste Curso a confusão entre o Modernismo (nova concepção de arte e de mundo dominante no Ocidente durante a maior parte do século XX) e Modernismo paulista (movimento específico de vanguarda brasileira, cuja ação real dura apenas uma década).
**Há um fator de dependência em relação ás vanguardas européias, mas não devemos superstimar esta dependência porque muitas vezes os modernistas brasileiros e de outros quadrantes (países hispano-americanos e asiáticos) usaram as inovações vanguardistas para negar a própria Europa.
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Vanguardas
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Vazios Passados
domingo, janeiro 15, 2006
Do you really want to live forever ?
Alphaville
Let's dance in style, lets dance for a while
sábado, janeiro 14, 2006
Banalidades!!!! e uma pitada de relevância
Hoje as 9 da manhã fui despertada pela minha mãe chamando-me para ver o dia: "Marina, acorda... o dia está lindo, o verão começou."
Tudo seria ótimo se eu não tivesse ido dormir às 8.
Banalidade 2 -
Ontem quando ia para meu curso pela manhã, uma cena no ônibus me chamou atenção. Um senhor com mais ou menos 60 anos, antes de se sentar na poltrona do ônibus, retirou do bolso uma espécie de lenço de papel e limpou todo o local onde se sentaria. Até aí.. tudo sem grande relevância. Mas o absurdo da ação, foi que, terminado a limpeza do acento o senhor embola o papel e o atira pela janela.... Quanta contradição...
Siga máxima: Mantenha o seu ambiente limpo... e, se foda o ambiente alheio.
Banalidade 3 -
Tem coisa mais interessante do que dialogar com seu cachorro e gato de estimação ao mesmo tempo... simulando uma situação de conflito, em que cabe a você resolver, estabelecendo a paz entre os dois animais...
Mas vai por mim... não tente fazê-los pegarem na mão...
Rs!!!!!!
Algo de relevante nesse post 1 -
Partida
Rimbaud
Farto de ver.
A visão que se reencontra em toda parte.
Farto de ter.
O ruído das cidades, à noite, e ao sol, e sempre.
Farto de saber.
As paradas da vida.
- Ó Ruídos e Visões!
Partir para afetos e rumores novos.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Livros
Livros que EU deveria ler antes de morrer... Isso, é claro, se eu conseguir...RS!!!!
Lógico que sei da impossibilidade e do meu desânimo... mas estão ai minhas pretensões... e é óbvio.. seguirei minhas prioridades...
Essa lista poderá ser acrescida... Os livros que tenha lido serão marcados... assim quem sabe me dá um ânimo...
LITERATURA ESTRANGEIRA
Filosofia, Sociologia e Política
* A Arte da Guerra - Sun Tzu
* O Leviatã - Thomas Hobbes
* O Príncipe - Nicolau Maquiavel
* Ideologia - AlemãMarx & Engels
* O Anticristo - Friedrich Nietzsche
* Assim Falou Zaratustra Friedrich - Nietzsche ۩
* Arte Poética - Aristóteles
* Apologia de Sócrates - Platão
* Crítica da Razão Pura - Immanuel Kant
* Do Contrato Social - Jean-Jacques Rousseau
* Ecce Homo - Friedrich Nietzsche
* Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam
* O Espírito da Filosofia Oriental - Huberto Rohden
* Ética a Nicômaco - Aristóteles
* A Gaia Ciência - Friedrich Nietzche ۩
* Manifesto Comunista- Marx & Engels
* Manuscritos Econômico-Filosóficos - Karl Marx
* Para Alem do Bem e do Mal- Friedrich Nietzsche
* Morte - Schopenhauer
* Do Sofrimento do Mundo - Schopenhauer
* Matafísica do Amor - Schopenhauer
* Política - Aristóteles
* O Processo - Franz Kafka
* As Regras do Método Sociológico - Émile Durkheim
* A Utopia - Thomas More
* A República - Platão
* O Livro Vermelho - Mao Tse Tung
Literatura Latino-americana
* Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez
* Amor nos Tempos do Cólera - Gabriel García Márquez
Literatura Francesa
* Eugênia Grandet - Honoré de Balzac
* Madame Bovary - Gustave Flaubert
* A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac
* Os Trabalhadores do Mar - Victor hugo
* O Vermelho e o Negro - Stendhal
* A Volta ao Mundo em 80 Dias - Júlio Verne
* A Viagem ao Centro da Terra - Julio Verne
* Vinte Mil Léguas Subamarinas - Julio Verne
* Flores do Mal, AsCharles - Baudelaire
* Álcoois e Outros Poemas - Apollinaire
* Uma Estadia no Inferno - Arthur Rimbaud
* Poemas Escolhidos - Arthur Rimbaud
* Carta do Vidente - Arthur Rimbaud
* O Doente Imaginário - Molière
* O Tartufo ou O Impostor - Molière
* Pequenos Passáros - Anais Nin
* As Belas Imagens - Simone de Beauvoir
Literatura Inglesa
* O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
* O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
* Robinson Crusoé - Daniel Defoe
* Drácula - Bram Stoker
* Frankenstein - Mary Shelley
* As Aventuras de Sherlock Holmes - Sir Arthur Conan Doyle
* Hamlet - William Shakespeare
* Macbeth - William Shakespeare
* Megera Domada - William Shakespeare ۩
* Rei Lear - William Shakespeare
* Romeu e Julieta - William Shakespeare ۩
* O Sonho de Uma Noite de Verao - William Shakespeare
* A Revolução dos Bichos - George Orwell (nasceu na India) ۩
* 1984 - George Orwell (nasceu na India) ۩
* Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley ۩
* As portas da percepção - Aldous Huxley ۩
Literatura Russa
* Crime e Castigo- Dostoiévski
* Os Irmaos Karamazov - Dostoiévski
* O Jogador - Dostoievski
* A Morte de Ivan Ilitch - Tolstói ۩
* Senhores e Servos - Tolstói
* Sonata a Kreutzer - Tolstói
* A Felicidade Conjugal - Tolstói
* Onde está o amor, Deus está também - Tolstói ۩
* Lolita - Vladimir Nabokov
* Poemas - Vladímir Maiakóvski
* Anna Karenina - Tolstói
Literatura Italiana
* A Divina Comédia - Dante Alighieri
* Eneida - Virgílio
* Metamorfoses - Ovídio
Literatura Norte-americana
* Folhas De Relva - Walt Whitman
* Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe
Literatura Alemã
* Fausto - Goethe
* Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe - Goethe
* Metamorfose - Franz Kafka ۩
* A Carta ao Pai - Franz Kafka
* Morte em Veneza - Thomas Mann
* Sidarta - Hermann Hesse
Literatura Portuguesa
* Contos - Eça de Queiros
* O Crime do Padre Amaro - Eça de Queirós
* Carta de Pero vaz Caminha a El-Rei Sobre o Descobrimento do Brasil
* Primo Basílio - Eça de Queirós
* Os Lusíadas - Luís de Camões
* Sonetos - Manuel du Bocage
* Sonetos- Luís de Camões
* Sonetos- Florbela Espanca
* Todos do Fernando Pessoa
Literatura Grega
* Fabulas- La Fontaine
* Fábulas - Esopo
* Prometeu Acorrentado- Ésquilo
* Medéia- Eurípedes
* Antígona- Sófocles
* Édipo Rei - Sófocles
* Hipólito - Euripedes
* Electra - Euripedes
* Alceste - Euripedes
* Ilíada- Homero
* Odisséia - Homero
Literatura Indiana
* Kama Sutra- Vatsyayana
Literatura Tcheca
* A insustentável Leveza do ser - Milan Kundera ۩
Literatura Espanhola
* Dom Quixote - Miguel de Cervantes
domingo, janeiro 08, 2006
A gravata e a civilização
Martha Medeiros
"A civilidade nos integra à sociedade, mas há momentos em que é preciso deixar transparecer a alma do jeito que ela é, sem amarrasEm 1915, Fernando Pessoa incorporou seu heterônimo Álvaro de Campos e escreveu uma carta a Walt Whitman chamada Saudação. Em meio ao texto, entusiasmado com as próprias palavras, pediu licença ao destinatário para abrir o colarinho e tirar a gravata antes de continuar: "Não se pode ter muita energia com a civilização à roda do pescoço". Livre da gravata, seguiu escrevendo com o vigor com que estava tomado.
sábado, janeiro 07, 2006
Something
Something
Paul McCartney
Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
Don't want to leave her now
You know I believe and how
Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me
You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around and it may show
I don't know, I don't know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me
Sexta-feira a noite... Só músicas como companhia...
Há milhões de pensamentos ... milhões...
Era um sonho... Talvez... Despertei-me...?
O que estará fazendo? Nesse instante?
Fumando seu cigarro como se não estivesse nem ai para niguém? Uma mão vai a boca e a outra com certa distância do tronco parece fazer pose... Os olhos vagueiam... Por onde?
Estará dançando? Sem nenhum constragimento? Feliz... movendo somente os braços e mordendo os lábios suavemente...?
Estará no banheiro? Demora-se? Evidentemente...
Porque não te roubei para mim a uma semana atrás?
Sei que tudo passa... e normalmente interpreto essa frase como um mal necessário... Não hoje.. porque desejo muito que tudo passe...