segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Poema

Um ser

Arquétipo de uma vida.
Liberdade
Conhecimento além de uma superficialidade
Nas entranhas de uma personalidade

Cada qual, esquesito, é um mero acaso do tempo
Existente em um mundo indiferente a ti
Existencialista da penumbra da vida
E cruel, exceto, em sua auto-crítica.

Vive-se atordando-se por não ter respostas
Espera-se em vão
Chora-se por ninguém
Deixa-se levar pela superficialidade.

Ainda assim se é alguém.

domingo, fevereiro 27, 2005

Procura incessante

É incrívelmente pertubador essa sensação de procura. Está-se sempre procurando por algo ou alguém. Procura-se algo que na verdade não se perdeu. Há tempos tenho estado a procura, a procura de mim. Esse alguém meticuloso e intrigante que habita o meu mais íntimo desconhecido.

O mundo, uma icógnita, que me condicionou a viver conforme suas leis gerais, não me condicionou a reagi-lo de forma a escapar de um sistema sufocante que ordena e reordena o tudo a todo instante.

Inspiração, o sopro da alma. Uma alma vazia é um lamento, um descontentamento atordoante que embriaga todo o ser e o deixa fora de si. Um ser pouco sublime de criatividade insólita, de teorias vagas.

Querer ser quem? Ser e porque ser?

Infinito. A construção de um ser é relativamente proporcional a desconstrução desse mesmo ser.
Inebriante

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Mudanças

Tudo sempre se modifica deixando uma sensação de vazio, de repleto descontentamento, porque não melhor nomear - saudade. Por mais que se diga que exista uma acepção que trate o sentimento saudade pelo seu lado saudosista bom, deve-se ter sempre certo de que esse sentimento é em sua essência algo que eleva a alma a um estado um tanto quanto melancólico. As fases da vida estão associadas a cheiros, espaços, músicas e pessoas...
Saudar o passado é algo que intesamente ocorre conosco, seres humanos. A vida passa, e a sensação que se tem com esse passar é de sua eterna efemeridade, um passar breve e veloz. Diz-se que este sentimento está inteiramente associado a vivência de cada um. A noção de tempo refere-se simplismente às ações, em menor ou maior grau, de cada indivíduo. E nos perguntamos, há uma razão por detrás de viver? Não somos somente frutos condicionados de um sistema a muito constituído que cotidianamente fomos "obrigados" - vivência social - a aceitar? Existe algo em nós inato, que de qualquer maneira nos faria viver?
Viver e viver, e porque viver?
Covardia, diz-se daquele capaz de lhe tirar a própria vida, mas não seria ao contrário?
Não faço aqui uma apologia ou procuro demonstrar que a tirar a vida é algo virtuoso e uma pura demonstração de coragem. Apenas utilizo-me desse espaço para expressar-me e quem sabe me tornar menos confusa.
Quero aliviar essa angústia que vivencio dia pós dia, esse dissabor de não saber porque há saudades se nem foi assim tão bom de fato. Mas a verdade de tudo é que naqueles dias eu vivi com paixão, paixão esta que não sei para onde se encaminhou.

domingo, fevereiro 20, 2005

Princípio

Paranóia criativa. Ansiedade de expressão. Poço de curiosidade. Assim defino a razão que me levou a criação deste.
Paralelos: Diz-se de linhas ou superfícies eqüidistantes em toda a extensão.
Insanos: Insensato, ingente.
Anônimidade, razão em sua mais pura acepção e compreensão, um misto de timidez e desconfiança. Dificuldades além do mais perfeito vínculo de socialização com o eu mais profundo. Verdade, princípio seguido e respeitado. Nada perpassa o real que se transfigura.
Eis o começo.
"Antes de existirem o oceano, a terra e os céus cobrindo tudo / a Natureza mostrava apenas uma única face no mundo inteiro. / Caos era seu nome: uma massa bruta, informe, / nada mais que um peso inerte e, nele acumuladas, / as sementes das coisas, num grande amontoado." Ovídio - Metamorfoses (vv.5-9)